10/04/2024 às 19h22min - Atualizada em 10/04/2024 às 19h22min

Diretor da Braskem Admite Responsabilidade por Afundamentos em Maceió durante CPI do Senado

Marcelo Arantes admite responsabilidade da Braskem durante depoimento na CPI do Senado

Da Redação
"A Braskem tem sua parcela de culpa nesse processo e nós assumimos a responsabilidade por isso" - Foto por: Pedro França/Agência Senado
Primeiro representante da Braskem a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, Marcelo Arantes reconheceu nesta quarta-feira (10) a responsabilidade da empresa nos afundamentos que impactaram bairros de Maceió, ocasionando o deslocamento de aproximadamente 40 mil residentes.

"A Braskem tem sua parcela de culpa nesse processo e assumimos a responsabilidade por isso", destacou o diretor da companhia. "Todos os esforços da companhia estão concentrados em reparar, mitigar e compensar todo o dano causado."


O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), enfatizou a importância desse reconhecimento por parte da Braskem. "Essa é a primeira vez que um representante da empresa assume a responsabilidade pelos acontecimentos em Maceió", salientou.

Entretanto, durante grande parte do depoimento, Arantes evitou responder às perguntas da sessão, alegando desconhecimento das informações solicitadas.

Em relação às questões técnicas e aos investimentos na região, Carvalho apontou que a Braskem tinha poucos funcionários operando nas minas de sal-gema em Maceió e carecia de geólogos contratados e sondas para monitorar a estabilidade das minas até maio de 2019, quando os afundamentos foram confirmados como consequência da mineração.

Carvalho questionou Arantes sobre a decisão de reduzir os investimentos previstos para as minas de Maceió e sobre a prática de desligar os pressurizadores durante a noite para economizar energia, aumentando o risco de instabilidade no solo. No entanto, o diretor não conseguiu fornecer respostas satisfatórias.

Em relação aos acordos com as vítimas, Arantes defendeu que foram feitos de forma voluntária e que as famílias receberam apoio jurídico adequado.

Porém, Carvalho argumentou que, embora a pressão para assinar os acordos não fosse direta, era indireta, com a sugestão de que, se as pessoas não vendessem para a Braskem, teriam que esperar por 20 anos.

De acordo com Arantes, ao longo dos últimos quatro anos, foram apresentadas mais de 19 mil propostas de acordo, sendo que 99,8% das pessoas já receberam a proposta e 95% já receberam a indenização, totalizando R$15,5 bilhões provisionados pela empresa, com R$9,5 bilhões desembolsados até o momento em indenizações.

© Joédson Alves/Agência Brasil Política

*Informações: Agência Brasil


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