"Eram muito boas nossas apresentações, mas infelizmente estou vendo essa cultura acabar. Algumas morreram outras estão nessa situação como a minha, impedindo de fazer movimentos. Embora a mente queira, as pernas não ajudam, e é assim que estamos vendo acabar nossa cultura, já que as jovens não querem dar continuidade a essa cultura folclórica" lamentou Lucy, que passa a maior parte do dia em sua loja de artesanato, filé, que fica na saída da comunidade.
"Ela está debilitada, levou uma queda. A gente só lamenta que as baianas do Pontal estão desaparecendo. Eu toparia participar de um novo grupo, para que as baianas não acabace de uma vez. Acho bonito também o Fandango" disse.
"Ah!! Bola, era muito boa nossas apresentações, éramos aplaudidas e tudo a gente fazia era com amor, mas como você ver as "Baianas do Pontal", estão morrendo e outras estão doentes, sendo a artrose a doença mais comum, que impede o movimento das pernas. Em casa, me movimento com a bengala e para sair só de cadeira de rodas é preciso a construção de u projeto que possibilite recuperar essa cultura que são as Baianas do Pontal. Na cadeira de Rodas, eu poderia muito bem comandar a brincadeira, mas para que isso aconteça, precisamos de apoio das autoridades e isso nós não temos" lamentou Nicinha.
"Era a última apresentação e a gente não sabia. Nessa apresentação não contávamos mais com a Maria do Reginé e Nete, hoje beirando os 90. É muito triste a gente ver uma cultura popular tão importante para o bairro. Mesmo resumida por conta da idade, mas ainda tenho fôlego para continuar, o problema é que nos falta apoio e a Lucy que era a grande incentivadora também está doente e sem as mínimas possibilidades para dança. A gente procura as mais jovens e elas não querem manter acesa esta chama de esperança de não ver as nossas baianas acabarem, mas está difícil", finalizou dona Zeza, como é chamada respeitosamente pela comunidade.
" Pelo que eu estou vendo, o que vai acontecer é isso. As meninas de antes e idosas como eu, fizemos o que estava ao nosso alcance para manter viva essa chama que é As Baianas do Pontal. As mais novas não querem seguir a tradição e não temos nenhum apoio do grupo, por que não acontece com os grupos de fora. Precisamos de apoio" desabafou Dico.