13/06/2023 às 09h07min - Atualizada em 13/06/2023 às 09h07min

Sofá, chef exclusivo e até chuveiro: veja como a 1ª classe das companhias aéreas está cada vez mais luxuosa

Procura por viagens premium chegou a 86% dos níveis de 2019, patamar mais alto que a demanda total de viagens aéreas, diz Associação Internacional de Transporte Aéreo

Por Bloomberg
Nova York
Empresas áreas investem em mais luxo para os clientes de primeira classe. - Foto Bloomberg
As empresas aéreas estão renovando os serviços da primeira classe na medida em que os clientes ricos voltam a viajar, levando o luxo a novos patamares no céu. As cabines cada vez mais lembram quartos de hotel, com sofás, camas duplas, televisões, mesas, armários e minibares. Em alguns casos, tem até chuveiros. Você ainda pode contratar um chef.

O investimento está acontecendo apesar do baixo crescimento econômico e do aperto no custo de vida. As companhias estão apostando que um número suficiente de pessoas fazem questão de voar com estilo depois de “ficar de castigo” na pandemia.

— Os viajantes a lazer continuam a reservar voos na classe executiva ou mesmo na primeira classe — disse o CEO da Deutsche Lufthansa, Carsten Spohr, durante uma teleconferência de resultados em março — É o primeiro ano em que toda a minha equipe me diz: “Spohr, precisamos crescer na primeira classe”.

A companhia aérea alemã está investindo US$ 2,7 bilhões em dois anos para renovar suas aeronaves de longa distância através de um programa que batizou de Lufthansa Allegris.

A Qantas Airways também está apresentando uma nova primeira classe luxuosa, algo que normalmente está fora do alcance da maior parte dos passageiros.
 
Por que agora?
 
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla americana) estima que as companhias aéreas tiveram um prejuízo de US$ 200 bilhões nos últimos três anos, com a pandemia causando estragos sem precedentes.

Elas precisam recuperar um pouco das receitas e a primeira classe se tornou uma mina de ouro em potencial. As viagens premium, que também incluem a classe executiva, voltaram a 86% dos níveis de 2019, segundo a IATA, enquanto a demanda total de viagens aéreas, incluindo a classe econômica, está em 81%.

Mesmo com as tarifas da primeira classe custando mais de dez vezes o valor dos assentos econômicos, a demanda existe — seja por reservas em dinheiro ou pela oportunidade de gastar as milhas acumuladas no cartão de crédito durante a pandemia.

— Ainda existe uma grande quantidade de reservas. A disposição e a capacidade de gastar não parecem desaparecer tão cedo, o que provavelmente explica por que as companhias aéreas estão fazendo anúncios — disse David Mann, economista-chefe da Mastercard na Ásia.

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A Cathay Pacific Airways também está planejando um upgrade na primeira classe. Já existe uma demanda forte pelos assentos tops de linha, que estão disponíveis em um de seus serviços Hong Kong-Londres.

As novas cabines incluem “uma das camas mais largas do céu”, vários travesseiros macios e névoa de travesseiro (um tipo de spray relaxante para roupas de cama), de acordo com o site da companhia aérea. Claro, passageiros de primeira classe também têm acesso aos melhores lounges nos aeroportos. E pijamas.
 
O que mais é oferecido?
 
A Qantas e a Lufthansa revelaram novas cabines de primeira classe que podem ser totalmente fechadas com portas, juntando-se às pioneiras Singapore Airlines, Emirates e Etihad Airways PJSC na conversão de assentos em suítes.

Os assentos nos novos quartos da Lufthansa podem ser aquecidos ou resfriados e também tem guarda-roupas. Em Frankfurt, um assistente pessoal está à disposição para receber os clientes de primeira classe e cuidar de todas as “formalidades de viagem com rapidez e discrição”, diz a companhia aérea alemã.

— A pressão para acompanhar os tempos pode ser justificativa suficiente para um investimento tão grande — disse Daniel Baron, diretor-gerente da Lift Aero Design, com sede em Tóquio, sobre as companhias aéreas investindo em reformas de cabine.

Um voo de volta Sydney-Los Angeles na primeira classe da Qantas custa quase US$ 18.000, enquanto Frankfurt-Tóquio na Lufthansa custa cerca de US$ 15.000. Isso ainda é muito menos do que alguns viajantes ultrarricos gastam em jatos particulares, um segmento que cresceu muito durante a pandemia, porque as pessoas procuravam evitar multidões e viviam sob restrições relacionadas ao vírus.

— A indústria da aviação está respondendo a essa demanda — disse Melanie Lieberman, editora-chefe do site de viagens The Points Guy.
Segundo ela, a primeira classe é “um setor muito seguro e confiável”, onde as pessoas estão dispostas a pagar “por espaço, privacidade e exclusividade, mesmo durante crises econômicas difíceis”.

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Mais luxo
 
Em 2024, os novos Boeing 787 e Airbus A350 da Lufthansa terão duas suítes individuais na primeira classe, bem como uma suíte dupla chamada Suite Plus, que pode acomodar duas pessoas. Elas têm paredes até o teto e uma porta.

A suíte “transmite a sensação de privacidade e individualidade semelhante a um quarto de hotel, apenas a uma altitude de 11 quilômetros”, de acordo com Jens Ritter, executivo sênior da Lufthansa, no lançamento do produto em Berlim, em fevereiro.

Como parte da renovação da frota, a classe executiva da Lufthansa também terá suítes com paredes na altura do peito e portas de correr.

A Qantas, ao mesmo tempo, tem espaço para 14 passageiros na primeira classe dos aviões A380 superjumbos. Os A350s, mais novos e menores, podem acomodar seis.

Atualmente, as cabines individuais oferecem poltronas e uma cama de 212 centímetros com colchão viscoelástico, além de colchas de algodão, edredom e travesseiros. As cabines são projetadas para acomodar duas pessoas.

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Essas zonas exclusivas ocupam muito espaço nas aeronaves. Uma suíte padrão de primeira classe em A380s da Singapore Air ocupa quase um terço do tamanho de um apartamento médio em Hong Kong.
 
Em breve
 
A Lufthansa e a Qantas são algumas das primeiras companhias aéreas a divulgar detalhes sobre seus planos para a primeira classe em jatos menores de longa distância, que serão potencialmente usados ​​em um número maior de rotas.

A Air France e a Japan Airlines terão novas cabines já neste inverno. A companhia aérea francesa diz que vai oferecer a “a maior suíte do mercado”, com cinco janelas, um assento, cama e sofá. A Qatar Airways também deve renovar a primeira classe dos modelos ​​Boeing 777-9.
 


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