04/12/2022 às 17h27min - Atualizada em 04/12/2022 às 17h27min

Beto de Meirus, o artista alagoano que se diz "Escravo do Amor"

Seleiro, artesão e poeta, ele preserva saberes seculares em Pão de Açúcar, no Sertão de Alagoas, e vem se destacando com suas peças autênticas

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Aos 79 anos, Beto de Meirus fabrica móveis autênticos e artesanais, inspirados no imaginário sertanejo

É numa ruazinha de paralelepípedos, com um charme típico do Sertão de Alagoas, com cadeiras nas calçadas, pessoas jogando conversa fora e uma montanha coberta por um verde desgastado ao fundo, que se localiza a oficina do Beto de Meirus. O artesão de Pão de Açúcar, ávido por contar histórias a quem interessar ouvir seus causos, é guardião de fazeres valiosos: é escultor, artesão do couro, seresteiro e improvisador. Entre um verso e um arreio, sonha com o amor, que o inspira a continuar trabalhando, mesmo aos 79 anos.

“Eu agora tô me identificando como ‘escravo do amor’. Eu sou o Beto, lá do Meirus. Fui vereador cinco vezes, presidente da Câmara três vezes, participei da Constituinte”, conta, orgulhoso.

Apesar da vida pública agitada, foi mesmo no artesanato que Beto de Meirus se fez. Fabricando suas peças em couro e fazendo versos no meio da tarde, ele diz que vive para descobrir poesias em todos os cantos: nos bancos artesanais, nos móveis, em figuras do imaginário popular e até na vestimenta completa do sertanejo, o gibão. “Beto de Meirus faz tudo isso. Guarda-peito, chapéu, sela, mesa, cadeira, banquinho, baú…”.


 

As peças são autênticas. Obras de arte valorizadas Brasil afora, inclusive por nomes destacados da arte e do design. Ele recebe encomendas audaciosas e diz que se regozija com os desafios, ri de si mesmo, ri da vida, gosta de trabalhar.

“Aprendi com meu pai. Meu pai era seleiro e também era seresteiro. Então eu herdei isso dele e o resto fui gostando de fazer. Eu faço esculturas feliz. Eu fiz, por desaforo, aquela estátua de eu mesmo. O Cristo do Mar Vermelho [cidade do interior de Alagoas] também quem fez fui eu”, revela animado.

“Eu me inspiro na vida. Eu me sinto bem. Eu tenho vontade de fazer. É a minha arte. Quando o povo traz assim uma coisa pra eu fazer, uma encomenda, uma coisa assim que não existe, aí é que eu gosto de fazer. Porque o que não me falta é vontade de trabalhar. E aí eu vou ter que parar?”, questiona.

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