Alerta Meteorológico: Chuvas Intensas Podem Agravar Risco de Desabamento em Maceió

Enquanto a atenção se concentra no solo de Maceió, um pesquisador adverte sobre a possibilidade de chuvas intensas agravarem o risco de desabamento na mina 18 da Braskem, localizada no bairro do Mutange. Humberto Barbosa, professor e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite da UFAL, está monitorando as condições meteorológicas, destacando a preocupação com a possível influência das chuvas na estabilidade do solo.

Barbosa explica que chuvas intensas, comuns na região nesta época, podem aumentar o risco de colapso do solo. A questão central é determinar a quantidade de chuva que Maceió suporta sem deslizamentos, uma análise complexa de variáveis e dados. O pesquisador destaca que 200 milímetros em 10 horas representam um risco significativo, sendo aproximadamente 12% do total anual de chuvas na região.

O pesquisador teme que as consequências das chuvas na região / Reprodução / UFAL

Ele alerta para o potencial de deslizamentos se ocorrerem três dias consecutivos de chuvas intensas. Barbosa ressalta que, embora chuvas moderadas e fortes possam não causar o colapso imediato da mina, podem desencadear reações em cadeia devido à fragilidade do solo já degradado pela exploração da Braskem.

Com a chegada do final do ano, período de maior incidência de Vórtices Ciclônicos, responsáveis por fortes precipitações, Barbosa e sua equipe monitoram atentamente esses sistemas. Ele destaca que a formação de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis na região Nordeste pode aumentar o perigo de chuvas intensas em Maceió.

O pesquisador também menciona a possibilidade de o fenômeno El Niño intensificar as precipitações, agravando ainda mais a situação. Ele destaca a necessidade de divulgação de riscos à população, dada a vulnerabilidade da infraestrutura de Maceió, incluindo a falta de estrutura de escoamento.

Na terça-feira (5), a Defesa Civil reduziu o estado de alerta máximo para a mina 18, informando uma diminuição na velocidade de afundamento. Entretanto, o alerta para a influência das chuvas persiste. O desastre ambiental em Maceió, causado pela exploração de sal-gema da Braskem, continua a ser uma crise significativa, afetando mais de 20% do território da cidade.

A reportagem buscou informações junto à Defesa Civil de Maceió e à Braskem sobre medidas para proteger os bairros afetados em caso de chuvas intensas, mas não obteve resposta até o momento da publicação. O monitoramento das condições meteorológicas e da estabilidade do solo permanece crucial para mitigar os riscos associados ao desastre em andamento.

*Informações: https://apublica.org/